Não existe amor em uma canção de apê.


Cuidado ao transitar por dentre a mobília. Fiz questão de mudar, assim como Cícero, algumas certezas e pus no lugar algo bonito para decorar. Desta vez mudei de endereço, o lugar talvez não seja o mais prático para me encontrar, mas só quem nunca se escondeu em si mesmo pode me julgar. 
Com aquela guarda baixa, invadiram território, sitiaram e fizeram morada de exploração. Me vi como trincheira em guerra santa , perdida entre a cruz e a espada e para defender criei o muro que separava o "eu" do "outro", luta etnocêntrica barata e defasada, me fez titubear; das polaridades eu não sabia mais quem iria ganhar e não importasse o lado eu não saberia a quem apoiar.
Quando me colonizaram, me explorando ou habitando, tiraram-me de casa, gritaram verdades e disseram que ali eles deveriam organizar. Trocaram tudo de lugar.
Na rua eu só queria o alento, buscando uma canção de apartamento que me remontasse um lar, mas nessa via de concreto só se via cinza e não há um abraço que me abrigue, pois não existe amor para quem não sabe enriquecer por si.
E assim se embriagar.
Quando se está perdido, não há santo a se direcionar e o Deus que tanto segue parece as vezes parar de guiar. Quando é você e você, ou se agarra nas tuas próprias preces ou se perde como criança desnorteada a chorar.
Mas hoje é sexta-feira amor e por mais perdido que você esteja em alguém o abraço vai achar que mesmo superficialmente te preencha. Cinco minutos de afeto que em meio a selva te faz matar o leão; mesmo que o dinheiro não vire um barão capaz para pagar tua dívida de cidadão. 
Palavras de motivação, que se não vem do outro, tem que partir da própria abstração.
É sexta-feira amor, e mesmo sem o calor, tem quem queira.

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