ramal santa cruz

quando respondi "tudo bem" para teu pedido aquela vez naquela festa aquela vez e só aquela vez eu pensei que tudo acabaria rápido aquela vez, pela primeira vez, em anos fechei os olhos e deixei ser era silêncio a música não tocava, ninguém falava apenas silêncio e energia trocada quando me abraçou por um longo tempo e, em seguida, colou tua testa na minha meu corpo esquentou e sem pensar nem nada em um segundo me senti em casa e com os olhos fechados pensei "lascou-se" pois não queria mais sair de lá e aquela vez pela primeira vez achei que nada seria rápido e que, de uma forma ou de outra, você iria ficar tu tens mania enquanto dormes de pôr a mão sobre minha barriga acho que não sabes disso, acredito de primeira, achei estranho, hoje, acho que é como uma "medida protetiva" enquanto dormes, das coisas "estranhas" que tu faz, você também fala. e certa vez, soltou um "te amo" perdido no meio de um abraço forte que me deu de madrugada não, não inventei isso pra te impressionar eu nunca te contei essas coisas talvez nunca contaria, mas à eminência de morte, contamos tudo é vívida a memória da noite em que disse que tinha medo de me perder olha, posso ter que ir embora a contra-gosto, mas tu não perdes a gente perde no plural e se você, for embora de verdade, eu direi perdemos e não que perdi embora eu ache. tu diz que não gosto de filmes engana-se contigo sempre foi hollywood de baixo custo produção independente linda fotografia na sinopse diz que o cara salva a mocinha você riria e diria "logo você? feminista." a verdade é que encaro qualquer duas horas de enredo chato do teu lado entre cobertas filme é um detalhe que no nosso eu adicionaria sem pena quando fecho os olhos lembro da luz da janela no amanhecer do dia tocar teu rosto de forma despretensiosa era uma linda cena toda madrugada que estava contigo me dava essa regalia e depois dormia colando teu corpo no meu quase uma simbiose lírica faz muito tempo que não escrevo poesia, até porque não sei se a faço, mas ainda aqui dentro tem coisas que querem ser ditas coisas que se não saem da boca escorrem pelos dedos e cá estão é quase um pedido em vão para que fique para que me queira e que queira ficar é sempre difícil te deixar sempre difícil pegar aquele trem e encontrar um presidente logo em seguida. Tancredo Neves deve pensar o mesmo quando me vê passar já com saudade na estação dele e juro que ele grita "não vai não, menina!" e eu sempre respondia pra mim mesma "eu vou voltar!" aqui permanecem as vontades de te levar ao museu de cozinhar pra você na minha casa de ouvir você falar coisas certas e erradas em inglês no meio de uma tarde que nos fazia sentir que o mundo é pura calma eu escrevo poemas desde os 12 nenhum deles com destinatário certo mas, você, como sempre me faz quebrar o protocolo e se eu tivesse teu endereço talvez mandasse por correio essa escrita mas o papel sempre se apaga e eu gostaria de ter tudo isso em tinta bem viva então aqui ficou o registro de uns versos bregas em tecnologia não sou escritora muito menos manipuladora mas como todo bom hipócrita minha escrita eu queria considerar ta tudo bagunçado, eu sei ta tudo um caos, eu sei eu estou aqui e sei que se tu fores embora e se da minha morada tu bater a porta saiba que aqui estarei. pois, talvez, eu realmente seja pros outros o olho do furacão que nunca para de girar. é de onde venha calma e tu podes voltar se quiser visitar bata com sinceridade à porta te deixo entrar

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